Vira a estação e a congea já apresenta suas numerosas flores.
Esta, como quase todas por aqui, está em um vaso e pouco desenvolvida. Mesmo assim, está florescendo. Veio de umas estacas obtidas há quase um ano e que demoraram um tanto para enraizar.
As flores talvez estejam um pouco adiantadas, já que ainda é início de inverno. Ainda precisará correr algum tempo para que observe melhor as suas características.
A Congea tomentosa tem uma pequena flor. Um grupo de flores é envolto por três grandes brácteas e estas mudam de cor com o tempo. Elas são muito duráveis, fazendo parecer que as flores permanecem abertas por longo tempo.
Essas pequenas e delicadas obras de arte vão surgindo formando anéis. Ao final, numerosas flores enfeitam a planta lembrando as luzes de uma árvore-de-natal.
Há quem considere que observar uma flor permite-nos trafegar entre o mundo da forma e o da essência. O vislumbre do belo como ponte para percepção do mais elevado (*).
Se assim for, algo semelhante poderia ser escrito para as folhas do Coleus…
Sua folhagem veste-se com um veludo de tonalidades e recortes, tantos e tão majestosos que olhar que aí passeia faz a mente esquecer-se que não são flores. E trafegamos por aquela mesma ponte.
Não são flores. Nem veludo tampouco. Do lado de cá da ponte, o mundo das formas conta uma verdade que nos parece bem menos convincente.