Plantas
Cores em flocos
Seria interessante se conseguíssemos vislumbrar a beleza de uma flor por sua semente?
Talvez. Mas sempre há um certo encanto em colocá-las para germinar e ver o desenrolar de todo o processo. Estas acima são de Phlox drummondii e mais parecem a fase “patinho feio” dos delicados e coloridos buquês que, se tudo correr bem, formarão.
Eis o que acontece quando entregamos um pouco de terra e água aos pequenos grãos: onze dias depois elas despertam… e quase ouvimos bocejos!
Hibiscus e os escravos do tempo
Por muitas, apenas desviava daquele galho que pendia sobre a calçada que, pensava, deveria ser de pedestre. Muito menores foram aquelas em que reconhecia a flor e pensava: é uma “graxa”, coisa comum onde quer que se vá.
Vivemos os dias em que só as “anormalidades” parecem desviar nossa atenção, somente elas são capazes de roubar uns instantes de nosso precioso tempo, tempo escasso e urgente, do qual viramos escravos.
Os escravos do tempo costumam sofrer também de cegueira. E outros tantos males, devo admitir. Mas somente quem tiver olhos de enxergar esse laço invisível que lhe toma as rédeas poderá, talvez, vislumbrar através das frestas de uma cegueira inventada.
Quantas vezes já passei por aqui. Isso até está parecendo que é outro lugar…
Flor do frio
Quem é você, Flor do frio?
Porque ainda te aquece
E assim te sustenta,
A mesma mão que, por tantas,
Nem as folhas lhes poupa?
Será uma graça
Pela beleza que ostentas
Não conseguir retirar
A profunda humildade do teu olhar?
Quem é você, Flor do frio?
Que paira suspensa no ar,
Com jeito de estrela,
Vermelha.
Será que teu segredo
É ter abraçado seus tons frios
Por vibrantes cores quentes?
Olhando você
A alma se aquece,
O frio se esconde,
O tempo congela.
Planta fantasma
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Árvore do Colibri
Há bem pouco tempo, antes mesmo de fazer essas fotos, plantas, flores e tais eram para mim seres especiais: fantásticos em sua natureza, exóticos em seus nomes. Tirando uma Acácia alí, um Flamboyant aqui, quase todas eram desconhecidas. Flores? Talvez uma rosa.
Há muito tempo, um senhor que tinha o hábito de plantar qualquer semente que cruzasse seu caminho acabou por transmitir, de certo modo, esse costume. O Semeador talvez até soubesse o nome de algumas espécies, mas isso ele não passou.
Havia uma especial… cujo nome ele não conhecia.
Mesmo assim, como de hábito, mais um pé de “não sei o que” começa a brotar no terreno. Ficava praticamente em frente, no jardim, mas para quem plantava de tudo, era um jardim nada convencional…
Cresceu. Como as rajadas de vento, tal ondas quebrando, que costumavam açoitar a noite serena lá fora, ela também anunciava que avizinhava-se o Natal. Seu aviso era exuberante, dado por intensas floradas. Era como se respirássemos um ar diferente, renovado. Árvore que dorme à noite. Flor que desperta.
Estas flores guardam substância essencial e muito apreciada por colibris, mas sua abertura tardia quase fazia valer o feitiço de Áquila. Então, era sempre aquele desespero, tanto ao anoitecer como ao amanhecer, mas nesses breves instantes eles sempre se encontravam. E daí que passamos a chamá-la de “árvore do colibri”.
Talvez existam muitas por aí com história semelhante, mas aquela era a nossa árvore do colibri. E o Semeador não viveu para saber qual seria o seu nome exótico, dado pelos homens sábios. E, cá entre nós, como profundo conhecedor da língua que era, suspeito que até teria gostado.
Afinal, a árvore do colibri era uma Calliandra!
Fotografia
Há tempos, fotógrafos contam histórias através de suas fotos.
Penso que quando são percebidas antes mesmo de se tornarem conscientes, então o fotógrafo logrou êxito.
Aqui você encontrará algumas imagens… e poderá desvendar suas histórias.
Spathi