Fotos que contam histórias

Spathi
Posts Tagged ‘3D’

Stereopsis: 3D de 3 formas

Pares ou sequências de imagens distintas (stereo images) são a base da visão tridimensional. Abaixo, três técnicas diferentes foram utilizadas para apresentar essas imagens e obter o efeito de profundidade.

3D wiggle




3D cross-eyes


3D anaglyph (necessita de óculos red/cyan)

Anaglyph – preto e branco

A postura de um gafanhoto

É difícil que se passe um minuto sem que algo notável aconteça ao redor.
As chances aumentam quando o verde está por perto. Mesmo que seja escasso.

Algo um pouco maior voou e chamou a atenção. Um pequeno espetáculo teria início. Quando peguei a câmera para acompanhar, não fazia a menor do idéia do que observaria…

Pousado em uma roseira, lá estava um enorme gafanhoto.
Visto assim, passa despercebido que falta-lhe uma perna: o grande fêmur esquerdo que usa para saltar.

Engraçado como muitos insetos promovem uma balançar junto com o vento. Mimetizam assim o comportamento das folhas. Mas esse estava meio inquieto e logo começou a descer pelo ramo principal da roseira. Tarefa um tanto atrapalhada, talvez pela ausência de uma das pernas.

Ficou claro que estava tentando algo quando desceu até o solo do vaso. Rapidamente, começou a escavar o solo com a parte terminal do abdome. O gafanhoto é uma fêmea. E estava cumprindo a tarefa de perpetuar a espécie através da postura.

Não demorou muito para parecer enterrar-se.




Após a postura, a fêmea deixa o ninho lacrado.


E sobe para uma “pequena” refeição antes de partir.

Se tiver a mesma sorte, talvez consiga registrar a eclosão de muitos mini-gafanhotos…

Será um Schistocerca?

Tem semelhanças (veja Schistocerca cancellata e também o padrão no final da asa do Schistocerca americana). Se assim for, este é o mesmo gênero dos gafanhotos da oitava praga do Egito (Êxodo).

Breve, colocarei aqui o link para um vídeo onde registrei grande parte da oviposição.


Planta-mosaico

Um planeta com anéis. Planta com folhas azuis.

Tolice citar exemplos, pois há uma infinidade de coisas nesse mundo que nossa poderosa imaginação sequer tangencia.

Se você não visse as folhas de uma Fittonia, seria capaz de imaginar que isso existe?

Fittonia verschaffeltii















Rosas – 3D

A grande flor de Pitaya

Hylocereus undatus é o nome do cactus que gera as enormes flores e cujo fruto é conhecido por pitaya.

Muito tempo de preparação, uma noite de duração: assim é a rainha-da-noite, a flor de suave perfume que empresta sua nobreza a todas as demais flores.

O convite especial dessa noite foi para ver o espetáculo da abertura dessas flores incomuns. Irrecusável. E não só pela flor, mas também pelo acolhimento.

A ante-sala com algumas orquídeas faz a transição dos ambientes da casa para o jardim parecer não existir. Abre-se a última porta e descortina-se um imponente Hylocereus onde conta-se para mais de dez flores em plena antese. A seus pés, um pequeno lago, com avencas e bromélias adornando toda a cena. E eu não estou contando tudo.

Não ver essas belezas é um pouco como estar cego!


Crédito: Claudia Musso



Crédito: Claudia Musso



Crédito: Claudia Musso









Crédito: Claudia Musso




Plantas, flores e 3D – série-1

As fotos a seguir usam duas técnicas que possibilitam a visualização da imagem com o efeito 3D: Anaglyph e crosseye (este último é um termo usado, porém pouco formal).

Para ver o efeito em fotos Anaglyph você terá que ter em mãos um óculos vermelho/ciano (red/cyan), daqueles que outrora foram adotados em alguns filmes-3D. Esta técnica é conhecida por não representar fielmente as cores da imagem, mas o efeito não requer esforço do leitor e se mostra como algo que “salta a tela”.

Já o efeito 3D conseguido por meio da técnica crosseye não depende de equipamento e sim de algum treino para “misturar” as duas imagens apresentadas apenas através da convergência dos olhos. Gasta-se algum tempo, mas o efeito é compensador. A as cores são fiéis e a imagem se mostra com maior qualidade.


Composições das chuvas

Estes sons fazem lembrar Storms In Africa.


Um vaso, pedras e alguns dias seguidos de chuva.  O que se pode esperar disso?



Água flutuando sobre água? E não é milagre…

Água flutuando sobre vida. Faz lembrar China Roses.


Água para matar a sede do verde. Para chegar aqui, os viajantes percorreram grandes distâncias, até de forma mudaram. Há poucas dezenas de pequenos mundos de um 1-2 milímetros.

Agora observe bem… se contar os minúsculos mundos, há centenas, talvez milhares.

E dois reluzem como estrelas amarelas. Parece mentira?

O rio lilás segue seu leito entre florestas globulares“. Parece verdade?

Água. Parece milagre.


Hippeastrum: a vez das sementes

Quando o céu se torna novamente azul, logo após algumas chuvas, a cápsula que forjou as sementes de uma nova geração de açucenas começa a romper-se.

Em seu interior, começam a ser reveladas, aos poucos, fileiras de negras sementes empilhadas. Há uma pilha em cada um dos três compartimentos que, bem no início, era o que sustentava suas pétalas. Talvez você também nunca tenha visto sementes de açucena, mas como o momento é único, isso pouco importa.

Afinal, quem não quedará impressionado com sementes aladas?

Aladas sim!  Assim são chamadas os tipos de sementes que desenvolveram membranas que recobrem a leve e frágil semente em si, agindo como asas.

E o vento semeará novas açucenas.
A terra integra-se com a água e o ar, conspirando para a vida.

Hippeastrum construindo o fruto

Desde a brotação do bulbo, contamos aqui quarenta e cinco dias.

Hippeastrum erigiu a haste floral nua (sem folhas) em trinta e dois dias, quando então duas flores abriram.  A fase-flor persistiu por volta de cinco dias.  E uma semana depois…

E então surgem a primeira folha e também um segundo pendão.

Enquanto isso, o fruto continua seu desenvolvimento.

E  o fruto agora está perto de entregar ao mundo a parte que lhe é mais cara,  aquela que gerou e protegeu com tanto zelo durante trinta dias.

Dente-de-leão

Taraxacum officinale

Coleus e suas folhas-flores

As flores do Coleus pintam o ar de azul.

Solenostemon scutellarioides

Essas pequenas e delicadas obras de arte vão surgindo formando anéis. Ao final, numerosas flores enfeitam a planta lembrando as luzes de uma árvore-de-natal.

Há quem considere que observar uma flor permite-nos trafegar entre o mundo da forma e o da essência. O vislumbre do belo como ponte para percepção do mais elevado (*).

Se assim for, algo semelhante poderia ser escrito para as folhas do Coleus…

Sua folhagem veste-se com um veludo de tonalidades e recortes, tantos e tão majestosos que olhar que aí passeia faz a mente esquecer-se que não são flores. E trafegamos por aquela mesma ponte.

Não são flores. Nem veludo tampouco. Do lado de cá da ponte, o mundo das formas conta uma verdade que nos parece bem menos convincente.





(*) Veja: Um novo mundo, Tolle, Eckhart.